Capítulo 9 - Mutação e Não-Mutação

O FIO DA MEADA
O I Ching do Caminho do Céu
1997


Janine Milward

Capítulo IX



I, Mutação e Não-Mutação

A Simultaneidade
Sincronicidade e Arquétipo
Consciente e Inconsciente
Mestre e Discípulo


Tudo sempre está em constante movimento na natureza. Essa é a grande alquimia do universo: a eterna mutação. Na verdade, a única possível não-mutação é a lei da sempre mutação.... Assim é no nosso Universo e no Multiverso...

Nesse nosso Universo em que vivemos e conhecemos, o Mundo da Manifestação nasce de uma pequena semente contendo a totalidade em potencial de energia que, ao atingir sua plenitude de concentração, explode formando o Espaço e o Tempo.

O começo de um universo – o momento que dá início ao espaço e ao tempo – é o disparador do relógio de um grande ciclo da natureza. Somos parte integrante desse ciclo, desse universo.

A partir do Big Bang, toda a matéria ou gases ejetados no espaço a-vir-a-ser foram se condensando formando estrelas e mais estrelas.... Essas estrelas nasceram, viveram e morreram, explodindo, expelindo mais e mais matéria ou gases ejetados no espaço já existente e no espaço a-vir-a-ser. Essa é a fornalha alquímica do universo: estrelas nascendo, vivendo, morrendo.... Criando mais outras estrelas, criando novos elementos químicos a cada tempo de vida e a cada tempo de morte...

Somos parte integrante desse universo de vida e morte de estrelas: somos feitos todos, tudo na natureza, de poeira de estrelas....

Sendo poeira de estrelas, pertencemos à totalidade do nosso universo manifestado desde de sua explosão inicial e ainda antes, quando era o universo ainda uma energia condensada e concentrada em uma pequena semente.... E ainda antes, quando tudo isso existia advindo do Mundo da Não-Manifestação – ou advindo do Mundo da Manifestação, quem sabe, de algum Buraco Negro finalizador de algum universo anterior – desde que somos parte de um multiverso....

Sendo poeira de estrelas, pertencemos a tudo, tudo, tudo, tanto no Mundo da Manifestação quanto no Mundo da Não-Manifestação.

Todo o universo cabe em nós. Assim sendo, somos bibliotecas vivas da história do universo – não apenas a história relativa ao tempo e ao espaço, mas certamente antes de tudo, antes de nada. Antes. Durante. Depois. Antes...

Há algo completamente entorpecido
Anterior à criação do céu e da terra
Quieto e êrmo
Independente e inalterável
Move-se em círculo e não se exaure
"Há algo completamente entorpecido
Anterior à criação do céu e da terra
Quieto e êrmo
Independente e inalterável
Move-se em círculo e não se exaure
Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho
Esforçando-me por denominá-lo, chamo-o de Grande
Grande significa Ir
Ir significa Distante
Distante significa Retornar
O Caminho é grande
O céu é grande
A terra é grande
O rei é grande
Dentro do universo há quatro grandes
E o rei é um deles
O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Caminho
O Caminho se orienta por sua própria natureza (1)

Denomina-se "rei" a consciência do universo que está por toda parte: nós somos parte dessa consciência; é essa consciência que devemos nos "conscientizar". Também o "rei" significa o Rei Celeste, aquele que no Mundo da Manifestação, através da expansão da energia de sua consciência real, cria todo o universo, sendo portanto, o próprio universo e anterior a ele também – desde que o Rei Celeste imaja a última etapa para se alcançar o Mundo da Não-Manifestação.

Quando o homem se torna Homem Sagrado, ele realiza dentro si a fusão de sua consciência com a consciência do universo- a consciência real - daí, ele se torna o "rei". Ao tornar-se "rei", ou seja, obtendo a consciência do universo e com ela se fundindo, o homem faz parte do equilíbrio de vida e mutação de vida do universo.... por isso é que, inicialmente, o homem se orienta pela terra, que se orienta pelo céu, que se orienta pelo Tao, que se orienta por sua própria natureza....

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................ (a continuidade deste Capítulo encontra-se no original Primeiro Volume de O Fio da Meada)............

O Bambú

O Bambú
O bambú verga... dificilmente quebra: assim devemos nos conduzir